24/03/2011

"UM ADEVOGADO DUS BÃO..."


 


      Dizem que aconteceu em Minas Gerais , em Ubá, cidade onde
nasceu o genial compositor Ary Barroso.

      Na cidade havia um senhor, cujo apelido era Cabeçudo. Nascera
com uma cabeça grande, dessas cuja boina dá pra botar dentro, fácil,
fácil, uma dúzia de laranjas.

      Mas fora isso, era um cara pacato, bonachão e paciente.

      Não gostava, é claro, de ser chamado de Cabeçudo, mas desde os
tempos do grupo escolar, tinha um chato que não perdoava. Onde quer
que o encontrasse, lhe dava um tapa na cabeça e perguntava:

      'Tudo bom Cabeçudo'?

      O Cabeçudo, já com seus quarenta e poucos anos, e o cara
sempre zombando dele.

      Um dia, depois do milésimo tapão na sua cabeça, o Cabeçudo
meteu a faca no zombeteiro e matou-o na hora.

      A família da vítima era rica; a do Cabeçudo, pobre.

      Não houve jeito de encontrar um advogado pra defendê-lo, pois
o crime tinha muitas testemunhas.

      Depois de apelarem pra advogados de Minas e do Rio, sem
sucesso algum, resolveram procurar um tal de 'Zé Caneado', advogado
que há muito  tempo deixara a profissão, pois, como o próprio apelido
indicava, vivia de porre.

      Pois não é que o 'Zé Caneado' aceitou o caso? Passou a semana
anterior ao julgamento sem botar uma gota de cachaça na boca!

      Na hora de defender o Cabeçudo, ele começou a sua defesa assim:

      - Meritíssimo juiz, honrado promotor, dignos membros do júri.

      Quando todo mundo pensou que ele ia continuar a defesa, ele repetiu:

      - Meritíssimo juiz, honrado promotor, dignos membros do júri..

      Repetiu a frase mais uma vez e foi advertido pelo juiz:

      - Peço ao advogado que, por favor, inicie a defesa.

      Zé Caneado, porém, fingiu que não ouviu e:

      - Meritíssimo juiz, honrado promotor, dignos membros do júri.

      E o promotor:

      - A defesa está tentando ridicularizar esta corte!

      O juiz:

      - Advirto ao advogado de defesa que, se não apresentar
imediatamente os seus argumentos...

      Foi cortado por Zé Caneado, que repetiu:

      - Meritíssimo juiz, honrado promotor, dignos membros do júri.

      O juiz não agüentou:

      - Seu moleque safado, seu bêbado irresponsável, está pensando
que a justiça é motivo de zombaria?
      Ponha-se daqui pra fora, antes que eu mande prendê-lo.

      Foi então que o Zé Caneado disse:

      -Senhoras e Senhores jurados, esta Côrte chegou ao ponto em
que eu queria chegar...

      Vejam que, se apenas por repetir algumas vezes que o juiz é
meritíssimo, que o promotor é honrado e que os membros do júri são
dignos, todos perdem a paciência, consideram-se ofendidos e me ameaçam
de prisão..., pensem então na situação deste pobre homem, que durante
quarenta anos, todos os dias da sua vida, foi chamado de Cabeçudo!

      Cabeçudo foi absolvido e o Zé voltou a tomar suas cachaças em paz.

     "" Mais vale um 'Bêbado Inteligente'
                         do que um 'Alcoólatra Anônimo!""
                                                    Rsrsrs...

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