25/02/2019

TEMPESTADE DEMOGRÁFICA, CATÁSTROFE E ESPERANÇA...


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O plano da migração da ONU de Guterres é financiar escravos saudáveis
A população europeia está a estagnar.  E parece não querer saber: hoje há mais alertas e preocupações a propósito da próxima vaga tecnológica 5g do que perante a tempestade demográfica que se está a formar sobre o Ocidente. talvez o cenário seja tão negro que ninguém queira ousar ser o arauto da tragédia. mas não é uma tragédia, é pior: uma catástrofe

1.   O cenário
Uma cultura, um país, uma comunidade só se renova sob a fecundidade de 2,1 filhos por mulher. Esta é a condição técnica fundamental para a renovação demográfica. Abaixo deste valor, tal cultura ou comunidade terá muita dificuldade em se renovar.
A Europa está com uma taxa de fertilidade de 1,32 filhos por mulher, muito abaixo dos 2,1. Isto indica que a cultura da Europa terá muita dificuldade em se renovar. Se não for mesmo impossível a sua renovação.
Os nossos políticos e burocratas sabiam, porque são pagos para saberem isto. E hoje estão a tentar resolver o problema demográfico (que criaram) importando migrantes, sob o lema do humanitarismo. O problema é que podem-se renovar números estatísticos, não culturas. Por exemplo, em Inglaterra, em 2017, mais de metade dos nascidos eram filhos de pais não ingleses. A mesma tendência ocorre na Alemanha e na França.
A preocupação ocorre quando a cultura europeia, confrontada com uma aceleração rápida de migração e com a estagnação da fertilidade endógena, tem dificuldade em se renovar. Porque a identidade cultural só pode ser renovada endogenamente, doutra forma terá muita dificuldade de se perpetuar.
É que identidade cultural europeia significa liberdade de expressão, igualdade de direitos individuais, anti-discriminação. Tudo o que as culturas de migrantes estão a forçar, por adaptação, que seja destruído na Europa - e que os burocratas aplaudem, porque essa era a sua intenção.
A União Europeia proclamou, pelo Tratado de Lisboa de 2000, que iria manter um posicionamento estratégico internacional da Europa em duas premissas: tecnologia da informação e sociedade do conhecimento (pela federalização e perda de soberania das, agora, 31 nações). E nunca valorizou, de propósito, o sector social e humano. Ou seja, não investiu no potencial dos humanos europeus. Os burocratas investiram em joguinhos financeiros e tecnologia, mas não nas famílias nem nas comunidades existentes. A consequência disso foi o fracasso do tal Tratado de Lisboa.
A Europa nunca esteve tão vigorosamente tecnológica nos últimos 30 anos, no entanto entrou em declínio. Porquê? Inverteu as prioridades. Não valorizou a população, família, gerações, comunidades locais, como prioridade fundamental. Valorizou o artificial, a tecnologia acessória que nos deveria servir e não vice-versa.
Este investimento cego na tecnocracia e no federalismo levou não só à estagnação da demografia europeia, como à estagnação do PIB da Zona Euro, como confirmou Mario Drahggi, recentemente (se esta estratégia visava uma competição com os EUA, acabou por perdê-la em toda a escala, dado o ressurgimento da economia americana pelo bem-sucedido nacionalismo de Donald Trump).
Sob este cenário deceptivo da tecnocracia europeia, não admira que os jovens, homens e mulheres, famílias que querem ter filhos, se sintam frustrados diante dos apoios e perspectivas, daqueles para quem pagam IMI e outros impostos estéreis.
Na Europa da «liberdade» de hoje, os europeus reclamam o direito à sua própria liberdade de expressão, que lhes foi transmitido pelos seus pais e gerações anteriores.
2. O futuro
Todo este cenário não seria tão catastrófico, pode-se pensar, se se tratasse apenas da renovação cultural, da Língua, expressão, costumes e tradições.
É pior. Trata-se da sobrevivência do próprio sistema. É que com esta perda de população, o sistema económico fica em dúvida. Porque daqui a 20-30 anos haverá muito menos mão-de-obra disponível para produzir. E menos produção significa menos impostos. Menos impostos significa menos pensões, que serão também mais baixas, e menos benefícios da Segurança Social do Estado. Uma armadilha circular.
Uma economia funciona, principalmente, pela quantidade da sua população activa. Pelo investimento no factor humano. A Europa tem secundarizado o humano em benefício da ilusória sacrossanta tecnologia. Se a Europa já produz menos do que os EUA, porque exerce menos horas de trabalho ‘per capita’ e tem menos população activa do que os EUA, o futuro é ainda mais negro. Embora os EUA também estejam a perder população, o problema europeu é de longe mais preocupante. Pelo menos, os EUA têm uma economia em algum avanço, enquanto a Europa vive numa ilusão, hoje reconhecida como estagnação sem solução, nos escritórios cegos do centralismo de Bruxelas. Porque está a perder população e a migração não tem qualificações nem vontade de as ter utilmente.
3. A solução burocrática da UE
Os burocratas tentaram resolver a situação com burocracia. Isto é, sabiam do declínio da demografia europeia e quiseram gerar, cosmeticamente, melhor quadro estatístico. Solução: decidiram pela importação de migrantes - para fazerem número e eventualmente reproduzirem-se. Falhou.
Primeiro, tais migrantes entraram em choque com uma cultura de longe mais avançada do que a de origem (por isso os burocratas da UE estão a tentar rebaixar a cultura europeia e a exigência curricular académica). Em Inglaterra, os migrantes eram, até há pouco, tão impunes que a polícia tinha ordens para deter denunciadores de crimes perpetrados por muçulmanos e perseguia os «islamofóbicos» (sic).
Segundo, a vaga de migrantes gerou mais instabilidade e terrorismo, o que diminui a confiança dos casais e famílias.
Terceiro, obrigaram a transferir mais carga fiscal para adornar os migrantes, retirando apoio à renovação geracional local soberana.
Quarto, quase destruíam a Europa, se não fosse a teimosia nacionalista e populista de homens e mulheres deste velho continente, que alertaram para estas questões.
 Quinto, tais burocratas enfrentam o enforcamento político, nas urnas e na sociedade - como se vê pelos movimentos nacionalistas e dos coletes amarelos.
4.O cinismo colonialista  europeu
Quando me propus fazer esta investigação acerca do futuro demográfico da Europa, encontrei uma das maiores e inesperadas aberrações sociais que vi nos últimos anos. E algo que, de todo, me teria passado ao lado, se não quisesse ir ao fundo do fundo desta temática.
Vou explicar: os países europeus são, no mundo, os que mais contribuem nos campeonatos da generosidade para com os países do Terceiro Mundo. São, também, aqueles que mais acolhem migrantes desses países. Parece retórica simples, mas o cenário é sinistro: estes países europeus estão a dar dinheiro a países do Terceiro Mundo, para terem mais esperança de vida e menos mortalidade infantil, o que países populacionalmente sobrelotados como a Somália ou a Nigéria, que o Ocidente apoiou.
Mas o esquema é mais denso. Quem paga esta ‹generosidade› é quem trabalha, quem produz. Os trabalhadores e a classe média europeia que, em breve, vão ver os seus rendimentos orientados para emigrantes que enviarão cheques para as suas famílias na Nigéria pagos pelos contribuintes europeus.
Trump propôs-se ajudar os migrantes nos seus países de origem. Os países em referência aplaudiram, mas a ONU, as ONGs e a comunidade mediática, não. Porquê? Porque Trump acabaria com um fluxo de biliões que gira à volta do negócio de escravos, desculpem, refugiados.
Estas políticas estão generalizadas pela Europa, sob a propaganda de lema humanitário, mas o objectivo é instrumentalizar os migrantes para empregos pouco qualificados e colocados em zonas onde os nacionais não querem permanecer - daí as revoltas recíprocas, dos migrantes frustrados e dos locais invadidos. Isto acontece na Irlanda, na Bélgica, nas “no-go zones” da Suécia. Se isto não é engenharia social para gerar eleitores e nova escravatura, é pelo menos incompetência da mais dura.
5.Portugal no mapa
Em Março de 2017, a agência Lusa noticiava que “Portugal é o país da União Europeia com a taxa de fertilidade mais baixa e aquele onde mais diminuiu o número de nascimentos nos últimos 15 anos, segundo os dados do Eurostat”.
Portugal tem, à semelhança dos outros países europeus, das mais desesperadas taxas de futuro, isto é, de natalidade: 1,3 filhos por mulher. Os tecnocratas atribuem esta preocupante taxa a factores atomistas, como a maior informação da mulher que lhes permite controlar o corpo, a substituição da carreira pela família, o casamento tardio, uma sociedade mais próspera que permite mais desafogo e lazer e menos preocupações ou planos. Técnicas de contracepção mais ‹avançadas› e a legalização do aborto. Explicações válidas mas pouco úteis.
O que mudou, para negativo, foi a “percepção de comunidade” dos portugueses. O que aconteceu entre as gerações dos nossos avós rurais (na maioria) que tinham 5 ou 6 filhos e havia apenas uma sardinha para todos ao jantar, e a de hoje, em que há apenas um filho para jantar 5 ou 6 sardinhas, foi, não apenas uma mudança de atitudes, mas também o desleixo intencional das nossas elites políticas.
Os nossos avós tinham muitos irmãos porque eram mão-de-obra potencial, naquela altura; hoje, seriam potenciais inúteis à procura de um emprego ‹satisfatório›.
Mas não só. As famílias perderam a confiança no futuro. Se, há algumas gerações, «ter filhos» significava mão-de-obra, também significava mais festa, mais interajuda, mais comunidade. Com a litoralização portuguesa recente, o desenvolvimento sócio-industrial e a maternidade do Estado, as famílias tendem a desligar os seus vínculos familiares naturais e afectivos e a entregar-se, como escravos, ao Estado risonho e assistencialista. Há poucas gerações, as famílias portuguesas contavam, em casos de sobrevivência, com o empréstimo financeiro familiar, que fortalecia laços; hoje, contam o banco, empresa ou com o Estado, com quem quase chegam a núpcias.
6.Conclusão e soluções
Se as despesas com a família bloqueiam a natalidade europeia, é muito porque na Europa se perdeu o espírito de comunidade e interajuda. Se muitos de nós fomos criados com os nossos avós, esse amparo hoje quase está desaparecido na tecnocracia europeia. Como provam os dados estatísticos. Há teimosia nos portugueses e nos europeus. Há alguma vontade de mudar e nota-se uma tentativa de reinvestir nas comunidades. Uma vontade genuína, local. Mas não é o suficiente. Os portugueses e europeus ainda se deparam com cargas fiscais que não lhes permitem, na generalidade, estabelecer-se localmente e familiarmente.
Para inverter o cenário desta baixa fertilidade europeia, serão precisos quase 50 anos. Não é com migrantes hostis ou ignorantes da cultura ocidental que se vai fortalecer a cultura europeia. Pelo contrário. Estes novos escravos serão apenas números estatísticos que servirão para burocratas mostrarem obra, que não têm.
Nem será a ‘fathua’ islâmica que vai criar uma solução à Europa. O islão só visa a dominação, não a colaboração - hoje, como previu Khadaffi, o islão está a conquistar a Europa, sem espadas nem tiros, mas pela migração.
As soluções que teremos de enfrentar são estas: primeiro, admitir que temos uma bomba-relógio demográfica nas mãos; segundo, restaurar o espírito comunitário, valorizar o humano, família, tradições, cultura, em detrimento da tecnocracia e da vaidade; terceiro, aumentar a participação pública, em associações, assembleias municipais e de freguesia; quarto, não esperar nem pela UE nem por qualquer governo central para nos ajudar localmente; quinto, importar migrantes sim, mas por quotas, segundo as nossas necessidades de trabalho.
Mas o mais importante é namorar, casar, ter filhos. E muitos.
Para no futuro não se sentirem sós. ■


DIABO nº 2198 de 12-02-2019, pág 12-13.
 Por Augusto Deveza Ramos, sociólogo

07/02/2019

AMOR PERDAS PARTIDAS E SAUDADE...

             

Amor, perdas, partidas e saudade...

 “Falar em perdas é falar em solidão, tristeza, desesperança, medo.”
Quando digo perdas, não estou me referindo apenas aos que morrem, mas a todos que, de alguma forma, nos deixam prematuramente, antes que estejamos preparados.
Um amigo que se muda para longe, um namoro interrompido abruptamente e até mesmo um ente querido que se vai, sempre provoca em nós uma sensação de vazio.
E por que isso? Porque sofremos tanto mesmo sabendo que estas perdas ou partidas inesperadas são inerentes à vida e que, portanto, não podemos controlá-las?
Não saberia responder com precisão as perguntas acima, mas, o que me parece mais coerente é que nunca estaremos prontos para nos acostumarmos com a falta dos que amamos. Por mais que saibamos que a qualquer instante eles nos faltarão, temos sempre a predisposição em acreditarmos que quem nos ama nunca nos trairia, nos privando de seu afeto, carinho e amor. Ledo engano.
São justamente aqueles que amamos que mais nos machucam com suas partidas inesperadas. Vão-se sem aviso prévio e nos levam a felicidade, a fé na vida, o equilíbrio.
O que fazer então? Não amarmos? Não nos permitirmos gostar de alguém pelo simples fato de que seremos, mais cedo ou mais tarde, deixados para trás na vida, entregues às nossas angústias e remorsos por não termos dito tudo ou feito o suficiente por eles? Creio que não.
Se há algo na vida que mais nos trás felicidade é sabermos que somos queridos e não seria honesto nos privarmos de tal sentimento por covardia.
Um amor de pai e mãe, o carinho de um amigo ou afeto de uma relação a dois deve sempre se sobrepujar ao medo da perda.
Porque ela é inevitável; o sentimento, não. Deve ser exercitado todos os dias de nossas breves vidas. Ele é o que nos move, nos dá o chão para que possamos caminhar pela vida com a certeza de que, haja o que houver, teremos sempre alguém com quem contar, que nos apoiará mesmo nos momentos em que não tenhamos razão.
Esta, deve ser a maior lição deixada pelos que partem sem nos avisar. Lembrar-nos que devemos sempre curtir aqueles que amamos com a intensidade proporcional à brevidade de uma vida.
Porque, quando nos faltarem, saberemos que amamos e fomos amados, que demos e recebemos todo o carinho esperado, que construímos um sentimento que nenhuma perda poderá apagar. Este sentimento transcende o espaço e o tempo, não se limita ao contato físico.
Torna-se parte de nós, impregnado em nossa alma, nos confortando nos dias difíceis, sendo cúmplice de nossas vitórias pessoais, norteando nossa conduta, nos fazendo sentir eternamente amados. Que me perdoem os físicos, mas, neste caso, acredito sim que dois corpos podem ocupar o mesmo lugar no espaço.
Basta que permitamos sentir a presença dos que amamos dentro de nós, como se fossem parte de nossa alma. Só assim seremos inteiros. “Aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós".

  do Blog Viajante no Mundo, não menciona autoria.