09/02/2010

Horta comunitária

Depois da criação


Foto antes da criação da horta

Programa agrícola ganha novo fôlego e transforma desempregados em produtores orgânicos



Vista geral da área onde foi instalada a horta comunitária, nos bairros Montreal e Canadá. Conviver com a pobreza, com a falta de emprego e de perspectiva, essa era a realidade vivida por quem chegava tanto do campo como de outras cidades a Sete Lagoas (MG), a 62 km de Belo Horizonte, procurando emprego nas indústrias locais.
Mais de 280 famílias vivem da produção das hortas comunitárias.Sem qualificação e sem experiência, muitas famílias ficavam à mercê da fome, do tempo, da caridade dos demais e também da assistência da prefeitura local.Para começar uma transformação social e gerar empregos para esta população excedente, a prefeitura iniciou o programa Horta Comunitária, em 1982. Esse programa, inicialmente, tinha a premissa de dar trabalho para 35 famílias, que cultivavam uma área pertencente à prefeitura com verduras e legumes. Esta produção seria destinada à merenda escolar.Passados 21 anos, esse programa ganhou um novo impulso. “O objetivo que antes era localizado, passou a atender 283 famílias que vivem, hoje, da produção das hortas”, O secretário municipal de Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Social, que também é Ph.D. em Plantas Daninhas e pós-doutorado em Previsão do Comportamento Ambiental disse.“As hortas comunitárias são um exemplo concreto de inclusão social, transformando pessoas carentes, desempregadas, sem treinamento, em produtores orgânicos de alimentos”, comemora o secretário. Ele conta que os produtores já estão se reunindo e formando uma associação para pleitear mais benefícios. “Muitos deles já podem manter suas famílias, com os filhos na escola, pagar o INSS para ter direito à aposentadoria e também pagam o carnê de casas populares financiadas pelo BNH. Muitos eram alcoólatras e pararam de beber porque receberam uma chance na vida”, impressiona-se o secretário.No preparo do solo, todo o mato, lixo e entulho são removidos
Conforme o projeto do programa, que prevê a melhor utilização do espaço público, o processo de instalação de uma horta comunitária começa normalmente com o planejamento do número e cadastro de pessoas que serão assistidas. Também é feito o levantamento topográfico da área e a análise de fertilidade do solo. Em função desses dados, o técnico da EMATER-MG faz o projeto inicial prevendo o número de quadras, a necessidade de água e o sistema de irrigação a ser usado, os insumos necessários, entre outras coisas.
Sete Lagoas conta com quatro hortascomunitárias no perímetro urbano
No local, ao lado da área da horta, pode ser perfurado um poço artesiano e ser construído um depósito de água para abastecimento de toda a horta, paralelamente. A construção dos tanques de alvenaria (um para cada duas quadras) e do alambrado protetor da horta é feita após o solo estar devidamente preparado para formação dos canteiros. No preparo do solo, todo o mato, lixo e entulho são removidos. O solo é arado, calcareado para corrigir a acidez e neutralizar o alumínio tóxico e gradeado a seguir. A área é dividida em quadras de 360 a 400 m² e são passadas para uma família pequena de até quatro pessoas.As quadras são divididas em canteiros medindo um metro de largura e 15 a 20 m de comprimento, espaçados em 50 a 60 cm. No preparo do canteiro, o solo é fertilizado com esterco de curral curtido e cinza ou com um composto orgânico previamente preparado. Os produtores são orientados para fazer uma sementeira, de onde poderão selecionar as mudas e transplantá-las para os canteiros de produção. O processo de condução dos diversos canteiros é todo feito atualmente dentro dos princípios da agricultura orgânica. “Ao invés dos inseticidas e fungicidas tradicionais, o produtor é orientado para usar a calda sulfocálcica, a calda de folhas de tomateiro, armadilhas luminosas, controle biológico”, explica o secretário.Hoje, Sete Lagoas conta com quatro hortas comunitárias, todas dentro do perímetro urbano da cidade. Duas hortas, a do bairro Nova Cidade, (no canteiro central da avenida) (foto acima e abaixo) e a do bairro JK, estão em áreas de servidão da Companhia de Energia Elétrica de Minas Gerais (Cemig), debaixo da rede elétrica. E, as outras, em áreas da prefeitura na periferia do município.








2 comentários:

  1. Querida Celle,
    Belo programa social que está dando frutos. São estes casos que nos dão a alegria de vivermos em harmonia connosco próprios.
    Vermos ser possível desenvolver socialmente grupos de pessoas que assim melhoram as suas vidas, não baixando os braços nem descrendo da vida é algo que deve alegrar e dar esperança no futuro!
    Gostei de saber e lembrou-me o post do João sobre uma experiência de outro tipo mas também de cariz social que se está processando em Cascais. São programas destes que dão vida às pessoas necessitadas!
    Um beijinho amigo.

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  2. Querido amigo, é um projeto na realidade impar. plantar horta numa avenida, com carros passando ao lado, ninguem imagina!Mas é bonito, mais bonito que deixar o mato tomar conta do canteiro central, como geralmente acontece.Lamento, minhas fotos não retratam a realidade e não soube inseri-las..Obrigada

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