Amor, perdas, partidas e saudade...
“Falar em perdas é falar em solidão, tristeza,
desesperança, medo.”
Quando digo perdas, não estou me referindo apenas aos que
morrem, mas a todos que, de alguma forma, nos deixam prematuramente, antes que
estejamos preparados.
Um amigo que se muda para longe, um namoro interrompido
abruptamente e até mesmo um ente querido que se vai, sempre provoca em nós uma
sensação de vazio.
E por que isso? Porque sofremos tanto mesmo sabendo que
estas perdas ou partidas inesperadas são inerentes à vida e que, portanto, não
podemos controlá-las?
Não saberia responder com precisão as perguntas acima,
mas, o que me parece mais coerente é que nunca estaremos prontos para nos
acostumarmos com a falta dos que amamos. Por mais que saibamos que a qualquer
instante eles nos faltarão, temos sempre a predisposição em acreditarmos que
quem nos ama nunca nos trairia, nos privando de seu afeto, carinho e amor. Ledo
engano.
São justamente aqueles que amamos que mais nos machucam
com suas partidas inesperadas. Vão-se sem aviso prévio e nos levam a
felicidade, a fé na vida, o equilíbrio.
O que fazer então? Não amarmos? Não nos permitirmos
gostar de alguém pelo simples fato de que seremos, mais cedo ou mais tarde, deixados
para trás na vida, entregues às nossas angústias e remorsos por não termos dito
tudo ou feito o suficiente por eles? Creio que não.
Se há algo na vida que mais nos trás felicidade é
sabermos que somos queridos e não seria honesto nos privarmos de tal sentimento
por covardia.
Um amor de pai e mãe, o carinho de um amigo ou afeto de
uma relação a dois deve sempre se sobrepujar ao medo da perda.
Porque ela é inevitável; o sentimento, não. Deve ser
exercitado todos os dias de nossas breves vidas. Ele é o que nos move, nos dá o
chão para que possamos caminhar pela vida com a certeza de que, haja o que
houver, teremos sempre alguém com quem contar, que nos apoiará mesmo nos
momentos em que não tenhamos razão.
Esta, deve ser a maior lição deixada pelos que partem sem
nos avisar. Lembrar-nos que devemos sempre curtir aqueles que amamos com a
intensidade proporcional à brevidade de uma vida.
Porque, quando nos faltarem, saberemos que amamos e fomos
amados, que demos e recebemos todo o carinho esperado, que construímos um
sentimento que nenhuma perda poderá apagar. Este sentimento transcende o espaço
e o tempo, não se limita ao contato físico.
Torna-se parte de nós, impregnado em nossa alma, nos
confortando nos dias difíceis, sendo cúmplice de nossas vitórias pessoais,
norteando nossa conduta, nos fazendo sentir eternamente amados. Que me perdoem
os físicos, mas, neste caso, acredito sim que dois corpos podem ocupar o mesmo
lugar no espaço.
Basta que permitamos sentir a presença dos que amamos
dentro de nós, como se fossem parte de nossa alma. Só assim seremos inteiros.
“Aqueles que amamos nunca morrem, apenas partem antes de nós".
do Blog
Viajante no Mundo, não menciona autoria.
Nunca tinha visto
ResponderExcluirAdorei
Bjs.
Heloísa