Envelhecer com qualidade é o grande
desafio, principalmente para um país como o Brasil, que terá um rápido
envelhecimento da população nos próximos 20 anos.
No entanto, qualidade de vida
é um valor subjetivo.
Acesso a bons
médicos, exames com bons resultados e conta bancária podem dizer que tudo está
bem, mas o idoso pode não sentir que tem qualidade de vida. O contrário também
acontece. “Mesmo a pessoa numa condição objetivamente ruim, pode nas piores
condições achar a vida boa”, disse Sérgio Paschoal, médico geriatra.
Atenção: Solidão na velhice aumenta
mais risco de morte do que obesidade. Sem
voz numa sociedade que não respeita a opinião dos mais velhos e com uma
autoimagem ruim, a depressão em idosos se torna mais corriqueira. Um dado que
mostra isso é a taxa de suicídio para homens brancos com mais de 65 anos ser
cinco vezes mais alta do que a da população em geral. De acordo com dados de
estudo liderado por Maria Cecília Minayo, da Fiocruz, a taxa de suicídios de
pessoas com mais de 65 anos passou de 12 a cada cem mil pessoas para 15,8 a
cada cem mil, entre 1980 a 2006. A
situação é considerada de média gravidade quando passa de dez suicídios a cada
cem mil.
“Não é por achar que a vida econômica está ruim, mas achar que perdeu
o sentido de viver. Eu posso até ser pobre, mas o que importa é a vida fazer
sentido”, disse Sérgio Paschoal.
Companhia: Vizinhança é determinante para a saúde do idoso O sentido da vida para João Antônio Ramos, de 91 anos, é beber seu vinhozinho diário, receber a família para jantar e planejar suas viagens anuais para Portugal. Muita coisa aconteceu desde o dia que o engenheiro eletricista português chegou ao Brasil, em 1954. Era para permanecer apenas seis meses. O tempo passou e ele foi ficando. Logo se casou, teve seis filhos, 14 netos e agora uma bisneta. “Ainda”, brinca. A aposentadoria há 30 anos não o deixou deprimido, como é comum acontecer.
Companhia: Vizinhança é determinante para a saúde do idoso O sentido da vida para João Antônio Ramos, de 91 anos, é beber seu vinhozinho diário, receber a família para jantar e planejar suas viagens anuais para Portugal. Muita coisa aconteceu desde o dia que o engenheiro eletricista português chegou ao Brasil, em 1954. Era para permanecer apenas seis meses. O tempo passou e ele foi ficando. Logo se casou, teve seis filhos, 14 netos e agora uma bisneta. “Ainda”, brinca. A aposentadoria há 30 anos não o deixou deprimido, como é comum acontecer.
“É uma mudança, mas a gente supera com outras coisas. Em vez de
trabalhar, lê um livro. Querendo, não falta coisa para fazer”, diz com a
serenidade típica de quem pode se tornar um centenário. Até lá, segue sua rotina. Acorda às 9 horas,
lê o jornal, faz exercícios como “saltitar, baixar e levantar”, depois dá uma
volta, vai ao banco ou encontra um parente. Em julho pretende ir a Portugal
encontrar os primos.
“Pois meus pais já morreram”, brinca ele.
“Pois meus pais já morreram”, brinca ele.
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