transcrição de um e-mail recebido
Nestas duas semanas sucederam-se histórias inimagináveis. O Papa Francisco publicou uma carta aberta no jornal «La Repubblica» (11 de Setembro) e poucos dias depois, Bento XVI publicou outra carta, no mesmo jornal (24 de
Setembro).
Dois textos primorosos, sobre a Fé, que se lêem de um fôlego. Para acrescentar à novidade, o jornal em que estes artigos apareceram foi o «La Repubblica», um dos jornais de referência mais agressivamente anti-católicos de toda a Europa!
O mundo está a mudar tão vertiginosamente que nada é seguro, nem sequer a raiva anti-clerical do «La Repubblica».
Um primeiro sinal foi que, há poucos anos, este jornal concedeu uma coluna regular ao anterior porta-voz do Vaticano, Navarro-Vals. Lembro-me de alguns católicos considerarem traição escrever no jornal do inimigo!
Mas o facto é que a coluna teve um êxito enorme, justamente nesse território dos «maus». Neste momento, Bento XVI e o Papa Francisco, escrevem no jornal dos maus e os maus publicam cada vez mais notícias favoráveis à Igreja. Na terça-feira passada (1 de Outubro) o jornal trazia uma enorme entrevista ao Papa Francisco, muito extensa e com grande destaque na primeira página.
Tão interessante como o que se passa no «La Repubblica» e noutros ambientes da cultura europeia, é a reacção dos outros meios de comunicação.
O próprio «site» do «La Repubblica» reproduz um bom número de primeiras páginas, em inglês, francês, alemão, holandês, espanhol, italiano, português, a noticiar as cartas em que o Papa Francisco e Bento XVI respondem a questões acerca da fé. Algumas titulam «Dois Papas em campanha a favor da Fé», mas a maioria dos títulos é «Pedofilia...».
Também são curiosas as reações no mundo norte-americano aos acontecimentos recentes. Um «lobby» homossexual pagou um anúncio ambíguo, de página inteira, a saudar o Papa como amigo dos homossexuais. O Presidente Barack Obama, que tem, declaradamente, uma antipatia antiga pela Igreja católica, deu uma entrevista à NBC em que diz que este Papa o impressionou tremendamente. O repórter diz-lhe que o Papa confirmou com clareza toda a doutrina da Igreja, mas Obama responde que está muito impressionado: «não é por nenhum assunto de doutrina; é que o Papa Francisco parece ser alguém que vive realmente os ensinamentos de Cristo. (...)
É incrivelmente humilde, tem uma empatia incrível com os mais desfavorecidos». E acrescenta um comentário «Ele é uma pessoa que, primeiro e acima de tudo, pensa em abraçar os outros, em vez de os rejeitar».
Entre os católicos norte-americanos, que aguentam, há vários anos, as ferroadas anti-católicas de Obama, poucos acreditaram na sinceridade do Presidente. Mas, quem sabe se Obama está a mudar?
Não sei se é para chorar ou para rir, a Agência Reuters resumiu esta entrevista a Obama dizendo que o Presidente saudava as mudanças de doutrina na Igreja católica. Milhares de jornais em todo o mundo reproduziram o resumo da Reuters...
Entretanto, o «Avvenire» de 26 de Setembro de 2013 conta uma outra história que merece ser referida. O Papa recebeu um grupo enorme de médicos ginecologistas e foi claro:
«As coisas têm um preço e podem vender-se, mas as pessoas têm uma dignidade, valem mais que as coisas e não têm preço. Tantas vezes encontramos situações em que o mais barato é a vida. Por isso, a atenção à vida humana na sua totalidade tornou-se nos últimos tempos uma prioridade forte do Magistério da Igreja, particularmente a atenção àquela vida mais indefesa, o deficiente, o doente, o nascituro, a criança, o ancião.
No final, um dos médicos aproximou-se do Papa com uma mala de aspecto inquietante. Dentro, havia meia dúzia de instrumentos cirúrgicos que queria, a todo o custo, entregar-lhe. Aquela bagagem já lhe tinha causado problemas no avião e tinha sido difícil passá-la na segurança: eram os instrumentos que tinha utilizado para despedaçar bebés antes de nascerem. Em 1986, inesperadamente, depois de falar com uma pessoa, converteu-se profundamente. Decidiu nunca mais fazer abortos, mas conservou aquelas peças durante quase 30 anos, como recordação do mal que tinha praticado. «O Papa Francisco impôs-me as mãos, rezou por mim, mandou-me a pregar o evangelho da vida e defender, com os meus colegas, a vida. Disse-me que ia rezar diante daqueles ferros cirúrgicos e que não os ia meter no armazém».
Um Papa a rezar diante dos instrumentos do aborto, como quem reza diante de uma Cruz!
José Maria C. S. André
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