É difícil imaginar um mundo onde a madeira não esteja
presente, uma vez que ela pode ser empregada das mais diversas formas. Pode ser
queimada como lenha ou, no extremo oposto, ser empregada com fins artísticos. A
madeira é, por exemplo, matéria-prima para a confecção de diversos tipos de
instrumentos musicais e de arcos para instrumentos de corda, como violinos,
violoncelos e outros.
A madeira do pau-brasil (Caesalpinia echinata) há muito vem
sendo utilizada na fabricação de arcos para instrumentos de corda. No entanto,
não se sabe ao certo por que diferentes amostras, mesmo manufaturadas pelo
mesmo artesão, resultam em arcos de qualidade diferente. Será que essa variação
decorre de diferenças na estrutura da madeira? Outras madeiras brasileiras
também poderiam ser empregadas na confecção de arcos?
A madeira de pau-brasil é ideal para confeccionar arcos
usados para tocar instrumentos de corda. No entanto, diferentes amostras de
pau-brasil, nas mãos do mesmo artesão, resultam em arcos de qualidade sonora diferente,
devido às variações nas estruturas celulares da madeira. Por causa disso, o
pau-brasil serve de matéria-prima tanto para instrumentos de alta precisão,
mais caros, como para a produção de arcos de baixo custo.
Mas com a proibição do corte pelo Ibama, em 1987, e os
estoques limitados para a produção das peças, os chamados archetários começaram
a se mobilizar para não perder seu ganha pão. E são eles os principais agentes
que hoje lutam para que a árvore não desapareça do mapa.
Usada exaustivamente pelas indústrias de tinturaria e
construção desde que as caravelas de Pedro Álvares Cabral aportaram por aqui, a
árvore que já cobriu todo nosso litoral ainda não foi extinta, apesar de muitos
pensarem o contrário. Sua situação, porém, está longe de ser cômoda. Os
exemplares que restaram pingam aqui e ali, principalmente no Norte do Espírito
Santo e Sul da Bahia.
Valioso no passado e no presente
O pau-brasil é uma árvore da Família Leguminosae, que
integra o grande grupo das angiospermas, ou seja, vegetais que produzem fruto.
Registros históricos revelam que, na época do Descobrimento do Brasil, a
espécie era abundante em muitas regiões da costa. Hoje, porém, restam poucos
remanescentes naturais.
Na época colonial, um número incalculável de árvores de
pau-brasil foi abatido e enviado para a Europa. Naquela época, essa madeira era
muito valiosa porque de seu cerne (região mais interna do tronco) era extraída
a brasilina (C16H14O5), substância que, após oxidação, fornece a brasileína
(C16H12O5), corante vermelho natural usado para tingir tecidos.
Como a cor vermelha estava relacionada à nobreza e ao poder,
era intensa a demanda por corantes vermelhos de boa qualidade. Isso fez com que
o pau-brasil fosse intensamente explorado entre os séculos 16 e 19, quando
corantes sintéticos substituíram a brasileína.
Natural das florestas estacionais litorâneas, que integram a
Mata Atlântica, o pau-brasil era encontrado, na época do Descobrimento, desde o
Rio de Janeiro até o Rio Grande do Norte. Atualmente, restam poucos
remanescentes naturais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
COMO ME ALEGRA SUA VISITA!
OBRIGADA!
DEIXE SEU COMENTÁRIO...
Não possuindo conta no Google comente como Anônimo e assine, assim saberei que me visitou e deixou seu parecer.
Beijinhos
Celle