13/11/2012

A ARVORE DA MUSICA




É difícil imaginar um mundo onde a madeira não esteja presente, uma vez que ela pode ser empregada das mais diversas formas. Pode ser queimada como lenha ou, no extremo oposto, ser empregada com fins artísticos. A madeira é, por exemplo, matéria-prima para a confecção de diversos tipos de instrumentos musicais e de arcos para instrumentos de corda, como violinos, violoncelos e outros.

A madeira do pau-brasil (Caesalpinia echinata) há muito vem sendo utilizada na fabricação de arcos para instrumentos de corda. No entanto, não se sabe ao certo por que diferentes amostras, mesmo manufaturadas pelo mesmo artesão, resultam em arcos de qualidade diferente. Será que essa variação decorre de diferenças na estrutura da madeira? Outras madeiras brasileiras também poderiam ser empregadas na confecção de arcos?

A madeira de pau-brasil é ideal para confeccionar arcos usados para tocar instrumentos de corda. No entanto, diferentes amostras de pau-brasil, nas mãos do mesmo artesão, resultam em arcos de qualidade sonora diferente, devido às variações nas estruturas celulares da madeira. Por causa disso, o pau-brasil serve de matéria-prima tanto para instrumentos de alta precisão, mais caros, como para a produção de arcos de baixo custo.
Mas com a proibição do corte pelo Ibama, em 1987, e os estoques limitados para a produção das peças, os chamados archetários começaram a se mobilizar para não perder seu ganha pão. E são eles os principais agentes que hoje lutam para que a árvore não desapareça do mapa.

Usada exaustivamente pelas indústrias de tinturaria e construção desde que as caravelas de Pedro Álvares Cabral aportaram por aqui, a árvore que já cobriu todo nosso litoral ainda não foi extinta, apesar de muitos pensarem o contrário. Sua situação, porém, está longe de ser cômoda. Os exemplares que restaram pingam aqui e ali, principalmente no Norte do Espírito Santo e Sul da Bahia.
Valioso no passado e no presente

O pau-brasil é uma árvore da Família Leguminosae, que integra o grande grupo das angiospermas, ou seja, vegetais que produzem fruto. Registros históricos revelam que, na época do Descobrimento do Brasil, a espécie era abundante em muitas regiões da costa. Hoje, porém, restam poucos remanescentes naturais.

Na época colonial, um número incalculável de árvores de pau-brasil foi abatido e enviado para a Europa. Naquela época, essa madeira era muito valiosa porque de seu cerne (região mais interna do tronco) era extraída a brasilina (C16H14O5), substância que, após oxidação, fornece a brasileína (C16H12O5), corante vermelho natural usado para tingir tecidos.

Como a cor vermelha estava relacionada à nobreza e ao poder, era intensa a demanda por corantes vermelhos de boa qualidade. Isso fez com que o pau-brasil fosse intensamente explorado entre os séculos 16 e 19, quando corantes sintéticos substituíram a brasileína.

Natural das florestas estacionais litorâneas, que integram a Mata Atlântica, o pau-brasil era encontrado, na época do Descobrimento, desde o Rio de Janeiro até o Rio Grande do Norte. Atualmente, restam poucos remanescentes naturais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

COMO ME ALEGRA SUA VISITA!
OBRIGADA!
DEIXE SEU COMENTÁRIO...
Não possuindo conta no Google comente como Anônimo e assine, assim saberei que me visitou e deixou seu parecer.
Beijinhos
Celle