
Desde que ví esta imagem pela TV me imprecionei, meus amigos!
Emocionada com os olhos marejados pois, encontrei uma linda explicação para este fato. Deixo aqui para que experimentem esta emoção!
"Crucifixo da Igreja Sacre Coeur du
Tugeau", no Haiti, exibida pelo Fantástico. O templo sagrado desabou matando várias pessoas e restou aquele "Crucifixo", quase intacto, grande, erguido, exposto aos olhares dos que banham de lágrimas as noites haitianas. As pessoas param em frente a ele, choram e rezam.
Esta imagem provoca o ser pensante...
Por que foi assim? Por que aquele Crucifixo resistiu ao equivalente a 30 bombas nucleares como a de Hiroshima?
E Cristo ficou ali.
Parece ser aquela Sexta-Feira Santa, em Jerusalém, no alto do Calvário.
Pus-me a pensar e contemplar a chocante cena. Abri as Sagradas Escrituras e pus-me a ouvir
o Senhor, disse Padre Francisco. O Filho do Homem permaneceu naquele lugar, representado pela imagem, para dizer aos sofredores haitianos que eles não estão sozinhos. Jesus Cristo está crucificado com eles e eles com Cristo. “Suas dores são minhas dores; suas lágrimas são minhas lágrimas; seu sangue é o meu sangue. Estou na cruz despido, como vocês que agora se encontram despidos de tantos bens.” Como disse o Profeta Isaías: “a verdade é que ele tomava sobre si nossas enfermidades e sofria, ele mesmo, nossas dores” (Is 53,4).
Os braços do Filho de Deus permaneceram abertos em Porto Príncipe para acolher o clamor
de homens e mulheres transpassados pela lança da destruição, da fome, da sede, da perda de
esperanças. O lado aberto do Cordeiro de Deus ficou ali, às margens da rua destruída, para dar
descanso e consolo aos que ainda gritam por socorro debaixo dos escombros de uma cidade cujo
concreto tombou sobre vidas cheias de sonhos. “Vinde a mim todos vós que estais cansados e
fatigados sob o peso dos vossos fardos e eu vos darei descanso” (Mt 11,28). O Crucificado resistiu
às forças cósmicas para dar refúgio e abrigo aos que vagueiam pelas ruas sem destino.
O Crucifixo do Haiti foi mais forte que o terremoto para manter viva na mente e coração dos
que por aquela rua passarem a boa notícia: “prova de amor maior não há, que doar a vida pelo
irmão” (Jo 15,13). Ali ficou uma imagem sagrada feita de matéria, porém, ao seu lado, ficaram os
corpos de homens e mulheres, que viveram até o fim o Mandamento Novo. Eles foram imagens
vivas do Bom Pastor que dá a vida por suas ovelhas. Trata-se da Dra. Zilda Arns e quinze
sacerdotes presentes naquela igreja no momento da tragédia. Eles estavam juntos porque queriam amar intensamente as crianças daquela nação que esperavam por vida e vida em abundância.
O Crucifixo do Haiti permanece erguido e o Espírito de Deus fala aos corações das pessoas
de bem que salvam aquela sofrida gente. “Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; ... Todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!” (Mt 25, 35-36.40).
O Crucificado ressuscitou e enviou do Pai o Espírito Santo renovando todas as coisas. Ele
ficou naquela destruída rua para dizer: “Coragem, eu venci o mundo” (Jo 16,33). Em meio ao caos da maior tragédia enfrentada pela ONU, há esperança, a luz dissipa as trevas em cada pessoa resgatada com vida, e em cada criança amparada. E o brilho volta a resplandecer nos olhos que agora choram os mortos. É a força criativa e reconstrutora do Amor estampada no Crucificado do Haiti.
Padre Francisco Agamenilton Damascena
Vice-reitor do Seminário Diocesano São José
Uruaçu - GO